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Joana

um mundo cheio de histórias para contar

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22
Jun17

A JOANA DIZ COISAS | Dois meses em Portugal

Joana Santos

O regresso a Portugal foi uma aventura. Muitos de vocês perguntaram-me várias vezes se estava tudo bem comigo e com o blogue, se ia deixar de escrever, se precisava de ajuda. Todos receberam a mesma resposta: está tudo bem, mas o tempo tem sido pouco. Isso foi verdade no primeiro mês. Cheguei dia 22 de Abril, confiante de que, depois de uma semana a viajar pelo Douro, a viver umas merecidas férias, ia chegar à casa que alugámos e pôr as mãos na massa, que é como quem diz desfazer as malas, mobilar a casa e dedicar-me aos meus projectos e à procura do trabalho de sonho. Como a vida adora pregar-nos partidas, para colocar à prova os nossos níveis de paciência e resistência, a dois dias do fim da viagem descobrimos que, afinal, a casa alugada não ia estar disponível na data em que era suposto. O que é que isso significava? Que dali a dois dias não tínhamos sítio onde ficar. Claro que havia a opção de ficarmos em casa da minha mãe, mas, como o Gui ia começar a trabalhar dali a três dias, ia ser desconfortável para todos: a casa não é assim tão grande e íamos passar a ser seis pessoas lá dentro. Ficámos nervosos e tristes, mas, no meio das férias, lá conseguimos arranjar maneira de entrar em contacto com um amigo que vive em Londres e que aluga a casa em Lisboa. Para nossa felicidade, a casa estava vaga entre o dia a partir do qual precisámos e até à segunda data que nos foi dada como data para a mudança para a casa definitiva. É certo que o problema se resolveu, mas não deixou de ser um transtorno enorme, porque era a altura em que mais precisámos de algo certo. Durante alguns dias, vivemos, assim, numa casa temporária e tudo passou a estar em stand-by. Para mim, foi quase como uma continuação das férias mas, em vez de elas acontecerem no Douro, aconteciam agora em Lisboa. Estive com alguns amigos, vi a minha família, matei saudades desta cidade linda e, ao longo do tempo, fui-me sentindo cada vez mais em casa. Mas, na verdade, com tanta indecisão (será que íamos mesmo conseguir mudar para a casa definitiva no dia esperado? será que íamos ter tempo de conciliar os arrumos e as compras para a casa com o horário de trabalho do Gui? será que ia haver mais surpresas?), eu fui perdendo aquela energia com que cheguei a Portugal. Mudámo-nos para a casa nova no dia combinado, houve tempo para tudo e não houve assim grandes surpresas no entretanto. Arranjámos uma amiguinha nova para o nosso gato Oreo, a Noor, mobilámos a casa, que está mesmo a nossa cara, embora ainda lhe falte quadros nas paredes, descobrimos o nosso bairro, limpámos o nosso jardim, cuidámos da laranjeira, plantámos pimentos, ervas aromáticas, morangos e flores novas e ainda descobrimos aloé vera pelo meio, avançámos no planeamento do nosso casamento, tomámos decisões importantes, fomos à praia nos dias mais quentes e vimos o pôr do sol durante muitas semanas seguidas. Hoje, celebramos dois meses em Portugal. E eu, finalmente, acordei cedo, saí de casa e sentei-me a escrever (para mim e paa vocês) num café pequenino aonde costumava vir antes da minha aventura por terras de Sua Majestade. A verdade é que não "arranjei tempo". Arranjei energia. A falta de tempo e de segurança que senti no início deste regresso trasnformou-se mais tarde em falta de energia. Energia para me dedicar à escrita e aos projectos que me fazem sorrir o coração. Porquê? Ainda não descobri a resposta, mas sei que tenho procrastinado muito neste aspecto. É mais fácil riscar aquelas tarefas menos importantes da lista, como ler os folhetos das promoções da semana ou mudar a areia da caixa dos gatos, em vez de me sentar comigo mesma. Ouvir-me. Colocar em palavras aquilo que o meu coração diz. E depois é só mais uma bola de neve: a falta de energia acumula-se e transforma-se numa avalanche de dúvidas e questões ao que sou, que por sua vez sugam mais energia e por aí em diante. Essa falta de energia, que trouxe consigo as questões e as dúvidas, levou-me a parar e a fazer um balanço de tudo aquilo que me comprometi a fazer e tentar descobrir se ainda tudo faz sentido. E a verdade é que, dentro do meu coração, faz. Então, hoje, acordei cedo, vesti um vestido cheio de flores para me ajudar a sorrir melhor e sorri durante todo o caminho até ao café bonito que escolhi para esta manhã. A mente, com todos os seus fantasmas, pode cansar o coração, mas a verdade é que ele sabe sempre como (re)encontrar o seu caminho e a sua paz. O segredo é escutá-lo. 
 
 
 
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~ Muitos conselhos na rubrica Viver em Londres, para quem quer pôr pés ao caminho,
~ Muito amor pela Mãe Natureza na rubrica Joana Goes Green (experimentei uma data de produtos vegan de que vos quero falar),
~ Histórias inspiradoras na rubrica Other Voices,
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